domingo, 22 de fevereiro de 2009

Batalha de Monte Castello - Segunda Guerra Mundial (Wikipédia)

A Batalha de Monte Castello foi travada ao final da Segunda Guerra Mundial, entre as tropas aliadas e as forças do Exército alemão, que tentavam conter o seu avanço no Norte da Itália. Esta batalha marcou a presença da Força Expedicionária Brasileira (FEB) no conflito. A batalha arrastou-se por três meses, de 24 de novembro de 1944 a 21 de fevereiro de 1945, durante os quais se efetuaram cinco ataques, com grande número de baixas devido a vários fatores, entre os quais as temperaturas extremamente baixas. Quatro dos ataques não tiveram êxito, o que aconteceu apenas à quinta tentativa.

Tomada de Monte Castelo

No teatro da Itália, desde meados de setembro de 1944, na mesma ocasião em que o primeiro escalão da FEB (Força Expedicionária Brasileira) entrava em linha, começava o que mais tarde se convencionou chamar batalha dos Apeninos, cujo término vitorioso para as armas aliadas só se concretizou pelos resultados conseguidos na ofensiva do 4° Corpo de Exército, de 19 de fevereiro a 5 de março, e no avanço da primavera, de 14 de abril a 2 de maio de 1945. (...)

Em fevereiro de 1945, ainda perdurava um enorme saliente no dispositivo nazifascista, nas montanhas dos Apeninos, exatamente na área de responsabilidade do 4° Corpo de Exército, no setor em que vinha atuando a 1ª DlE (1ª Divisão de Infantaria Expedicionária). Enquanto o XV Exército alemão ocupava as alturas que separam os cursos do Marano e Aneva do Reno e Panaro, a estrada 64, que ligava Porreta Terme a Bolonha, ficaria impossibilitada de uso para abastecimento de cinco das 10 divisões do V Exército americano. Em conseqüência, foi atribuída ao 4° Corpo de Exército, ao qual estavam incorporadas a 10ª Divisão de Montanha [norte-americana] e a DlE, a realização desse movimento ofensivo com a finalidade de eliminar ou reduzir o saliente, mediante a conquista de alturas situadas naqueles divisores de águas. (...)

A ofensiva do 4° Corpo realizar-se-ia na segunda quinzena de fevereiro, com a participação da 10ª Divisão de Montanha e da 1ª DIE. Elaborou-se então o Plano Encore, cujo objetivo era expulsar o inimigo do Reno e em seguida persegui-lo através do vale do Panaro. (...)

A missão dos brasileiros era mais uma vez desalojar os alemães de Monte Castelo. (...)

A ofensiva do 4° Corpo de Exército iniciou-se às 23 horas do dia 19 de fevereiro, com o ataque da 10ª Divisão de Montanha que, ao clarear da manhã seguinte, conquistou Monte Belvedere e, em seguida, Gorgolesco. Às 17 horas do dia 20 caiu Mazzancana, que fora bombardeada por aviões da FAB [Força Aérea Brasileira]. (...)

Às 5:30 horas do dia 21 foi desencadeado o ataque brasileiro (...).

Previra-se no Plano Encore a simultaneidade no ritmo de progressão dos ataques norte-americanos e de brasileiros a Monte della Torraccia e Monte Castelo, respectivamente. Na realidade, porém, às 17:30 horas, quando os primeiros elementos do Regimento Sampaio atingiram o topo de Monte Castelo, os soldados da 10ª Divisão de Montanha ainda não haviam quebrado a resistência alemã. Além de nossa perfeita coordenação na progressão dos escalões de ataque, houve também uma eficiente preparação de fogos de artilharia divisionária.

Em Monte Castello, a FEB viveu o episódio mais emocionante de sua trajetória em território italiano e celebrou o primeiro combate vitorioso da DIE na batalha dos Apeninos. Com a conquista do valorizado objetivo, a FEB saldou um de seus mais sérios compromissos, pelos aspectos morais que continha. Sorvedouro de centenas de vidas brasileiras, a conquista de Monte Castelo constituiu dever de consciência e imperativo da dignidade militar.”

(Trechos extraídos da obra O Exército na História do Brasil (vol. III, República). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, )